Capas de dois dos principais jornais londrinos repercutem o novo vazamento do WikiLeaks
Foto: AP
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Os documentos expostos nesta sexta-feira pela organização Wikileaks, que em julho publicou 92 mil relatórios secretos das operações das Forças Armadas dos EUA no Afeganistão, se referem a textos redigidos por soldados americanos entre 2004 e 2009. Segundo os documentos, desde a invasão americana no Iraque, em 2003, morreram mais de 100 mil iraquianos, dos quais cerca de 70 mil civis.
Os relatórios indicam que as forças americanas deixaram sem investigação centenas de denúncias de abusos, torturas e assassinatos por parte das milícias iraquianas, que em alguns casos são acusadas de chicotearem e queimarem pessoas.
Em um caso particular, os americanos acusam soldados do Iraque de cortarem os dedos e queimarem com ácido um dos presos. Em uma das partes é descrita a execução de dois presos que estavam com as mãos atadas; já uma outra relata a morte de um preso que apesar de apresentar uma incisão cirúrgica no abdômen teve a causa do óbito descrita como "falha renal".
Em alguns dos casos, os militares americanos abriram uma investigação, mas em sua maioria as denúncias foram apenas reportadas aos superiores, que deixaram a averiguação a cargo das forças iraquianas. A frase "nenhum soldado da coalizão esteve implicado no incidente" é frequente nos relatórios, assim como o comentário "não é necessária uma investigação".
Reação americana
O vazamento dos documentos foi imediatamente reprovado pelo Governo dos Estados Unidos. O porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, assegurou que nos documentos "não há nada que possa indicar a existência de crimes de guerra", mas considerou que "o país está mais vulnerável agora".
Antes de Morrell, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, havia condenado, "nos termos mais claros possíveis", qualquer vazamento de documentos que "ponham em perigo vidas americanas e de seus aliados".
O jornal The New York Times, uma das publicações que tiveram acesso prévio aos documentos, divulgou declarações de um porta-voz do Pentágono, que indica que a política americana "está, e sempre esteve, em linha com as práticas e o Direito internacionais". "Se foram perpetrados (abusos) por iraquianos, corresponde às forças iraquianas investigá-los", disse o porta-voz.
Números
Até agora, nem o Governo dos EUA nem as forças aliadas divulgaram um número oficial das vítimas iraquianas em decorrência do conflito, apesar de os relatórios que vazaram darem conta de 109.032 mortos entre 2004 e 2009, dos quais 66.081 civis. Segundo a organização Iraqi Body Count, o número inclui 15 mil mortos em casos desconhecidos até agora.
A maior parte das mortes, cerca de 30 mil, foram causadas por minas colocadas pelos insurgentes ao longo do território iraquiano. Apesar disso, há passagens onde são relatados casos em que as tropas americanas, por erro, acidente ou precipitação, mataram civis inocentes. Em uma delas, civis foram alvejados por soldados americanos desde um helicóptero, apesar de as vítimas darem sinais de rendição.
Pelos documentos, os EUA demonstravam preocupação com o papel do Irã na guerra. Os relatórios indicam que os iranianos treinaram iraquianos no manejo de explosivos e forneceram armas para o país vizinho.
Os relatórios indicam que as forças americanas deixaram sem investigação centenas de denúncias de abusos, torturas e assassinatos por parte das milícias iraquianas, que em alguns casos são acusadas de chicotearem e queimarem pessoas.
Em um caso particular, os americanos acusam soldados do Iraque de cortarem os dedos e queimarem com ácido um dos presos. Em uma das partes é descrita a execução de dois presos que estavam com as mãos atadas; já uma outra relata a morte de um preso que apesar de apresentar uma incisão cirúrgica no abdômen teve a causa do óbito descrita como "falha renal".
Em alguns dos casos, os militares americanos abriram uma investigação, mas em sua maioria as denúncias foram apenas reportadas aos superiores, que deixaram a averiguação a cargo das forças iraquianas. A frase "nenhum soldado da coalizão esteve implicado no incidente" é frequente nos relatórios, assim como o comentário "não é necessária uma investigação".
Reação americana
O vazamento dos documentos foi imediatamente reprovado pelo Governo dos Estados Unidos. O porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, assegurou que nos documentos "não há nada que possa indicar a existência de crimes de guerra", mas considerou que "o país está mais vulnerável agora".
Antes de Morrell, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, havia condenado, "nos termos mais claros possíveis", qualquer vazamento de documentos que "ponham em perigo vidas americanas e de seus aliados".
O jornal The New York Times, uma das publicações que tiveram acesso prévio aos documentos, divulgou declarações de um porta-voz do Pentágono, que indica que a política americana "está, e sempre esteve, em linha com as práticas e o Direito internacionais". "Se foram perpetrados (abusos) por iraquianos, corresponde às forças iraquianas investigá-los", disse o porta-voz.
Números
Até agora, nem o Governo dos EUA nem as forças aliadas divulgaram um número oficial das vítimas iraquianas em decorrência do conflito, apesar de os relatórios que vazaram darem conta de 109.032 mortos entre 2004 e 2009, dos quais 66.081 civis. Segundo a organização Iraqi Body Count, o número inclui 15 mil mortos em casos desconhecidos até agora.
A maior parte das mortes, cerca de 30 mil, foram causadas por minas colocadas pelos insurgentes ao longo do território iraquiano. Apesar disso, há passagens onde são relatados casos em que as tropas americanas, por erro, acidente ou precipitação, mataram civis inocentes. Em uma delas, civis foram alvejados por soldados americanos desde um helicóptero, apesar de as vítimas darem sinais de rendição.
Pelos documentos, os EUA demonstravam preocupação com o papel do Irã na guerra. Os relatórios indicam que os iranianos treinaram iraquianos no manejo de explosivos e forneceram armas para o país vizinho.
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