quinta-feira, 20 de março de 2014

Tropas russas tomam três navios da Marinha ucraniana, diz autoridade

Apesar de tiros terem sido disparados, não houve feridos.
Ucrânia acusa forças russas de ameaçarem militares na Crimeia.

Da Reuters

tripulação ucraniana do navio Pridniprovya deixa a embarcação que foi tomada por forças pró-russas em Sevastopol, na Crimeia, nesta quinta0feira (20) (Foto: Andrew Lubimov/AP)tripulação ucraniana do navio Pridniprovya deixa a embarcação que foi tomada por forças pró-russas em Sevastopol, na Crimeia, nesta quinta0feira (20) (Foto: Andrew Lubimov/AP)
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As tropas russas tomaram três navios de guerra ucranianos na Crimeia nesta quinta-feira (20), disse uma autoridade da Marinha da Ucrânia, depois que o Exército da Rússia ocupou a península do Mar Negro e anexou ao território russo.

Vladislav Seleznyov, um porta-voz militar da Ucrânia na Crimeia, disse que as forças russas usaram granadas de efeito moral enquanto invadiam a corveta Ternopol no porto da cidade de Sebastopol.

As bandeiras da Rússia e da Marinha russa eram vistas em outro cais de Sebastopol, onde mais duas corvetas da Marinha ucraniana estavam ancoradas, indicando que foram apreendidas.

Não havia bandeiras expostas nas proas das corvetas Lutsk e Khmelnitsky, onde os símbolos nacionais normalmente são visíveis.

"Parece que os russos abaixaram as bandeiras em ambos os navios, mas não hastearam a sua própria", disse Seleznyov.

Mais de 14.500 pessoas servem na Marinha ucraniana, de acordo com o site do Ministério da Defesa do país, com a maioria deles estacionados na Crimeia.

Crise
O vice-ministro da Defesa da Ucrânia, Leonid Polyakov, acusou as tropas russas de ameaçar constantemente as bases militares de soldados ucranianos. Em Genebra, o embaixador da Ucrânia para as Nações Unidas alertou para uma forte deterioração das relações entre os países vizinhos, dizendo que a Rússia parece se preparar para uma invasão de mais áreas de seu país.

Em um pronunciamento ao Parlamento em Berlim, a chanceler Angela Merkel disse que a União Europeia estava preparando novas sanções contra a Rússia e que um encontro do G-8, cuja presidência é assumida pela Rússia, foi cancelado.

As forças russas tomaram o controle da região separatista da Ucrânia com maioria de russos, a Crimeia, há duas semanas, após uma crise política que derrubou o presidente ucraniano, Viktor Yanukovych. A crise no país começou no fim do ano passado, quando Yanukovych desfez um acordo com os europeus e em troca negociou um tratado com a Rússia - o que enfureceu ucranianos pró-Europa do centro e oeste do país.

segunda-feira, 10 de março de 2014

União Europeia quer aplicar sanções ainda mais fortes contra a Rússia

Se a Rússia anexar a Crimeia, reação da Europa poderá ser impactante.
Otan se prepara para monitorar a região com aviões de reconhecimento.

William Waack


A Europa prepara sanções mais fortes contra a Rússia, enquanto Moscou e a Aliança Ocidental da Otan aumentam a presença militar nas fronteira da Ucrânia. A Otan vai monitorar a região com aviões de reconhecimento do tipo AWACS, que têm radares apontados para o solo. Essa é uma resposta ao aumento contínuo de tropas russas na região, que tomaram um hospital militar e uma base naval.
Moradores da Crimeia reclamam que as tropas russas são agressivas e implantaram até campos minados. Contatos diplomáticos de alto nível sofreram um revés com a recusa por parte do secretário de Estado americano, John Kerry, em se encontrar com seu colega russo, Sergei Lavrov, em Moscou.
Os Estados Unidos querem que a Rússia reconheça o novo governo em Kiev, enquanto os russos pedem que a ordem constitucional seja restabelecida na Ucrânia, para, então, falar do que aconteceria na Crimeia.
Continuam os preparativos para o referendo que deve selar a anexação da Crimeia pela Rússia. Passo que, segundo a União Europeia, levará a adoção de sanções fortes, apoiadas inclusive pela Alemanha.
 

Crimeia se prepara para anexação pela Rússia

9/3/2014 12:28
Por Redação, com DW - de Kiev


Antes de ir às urnas, população já tem como certo o resultado da votação, pré-definido por Putin
Antes de ir às urnas, população já tem como certo o resultado da votação, pré-definido por Putin
Antes de ir às urnas, população já tem como certo o resultado da votação, pré-definido por Putin. Entre apertos monetários e tensões quotidianas, etnia russa comemora, enquanto tártaros e ucranianos temem pelo futuro.
Chove na capital da Crimeia, Simferopol. Os buracos nas ruas se transformam em minilagos. Mas os motoristas não freiam: sem consideração, projetam a água suja sobre os passantes à beira das calçadas.
- Comprem guarda-chuva! – exclama uma vendedora ambulante no quiosque ao lado da estação ferroviária da cidade de 350 mil habitantes. “Gastem as grivnas! Escolham o mais caro! Daqui a pouco vamos estar comprando é em rublo, mesmo.” A grivna é a moeda nacional ucraniana  o rublo, a da Rússia.
Anexação antecipada
As vendedoras de uma quitanda já estão substituindo freneticamente os rótulos dos preços nas mercadorias. Diante do negócio está Irina, médica num hospital para veteranos de guerra. Ela fala russo, ucraniano e inglês, e afirma ter uma postura internacional e tolerante. Mas em sua pátria, a Crimeia, só quer falar russo: a península no Mar Negro é e vai permanecer russa, assegura.
Ela não quer revelar seu nome completo. “Telefone para mim em uma semana, e eu vou estar como vencedora.” A referência é ao referendo popular sobre a eventual anexação da República Autônoma até então parte da Ucrânia – à Federação russa. Originalmente, a votação estava marcada para 25 de maio, coincidindo com as eleições presidenciais na Ucrânia, mas foi inesperadamente antecipada para 16 de março.
- Posso lhe pedir um cigarro? – me pergunta um rapaz de aparência bem cuidada. Ele não está esmolando: é que acabou o seu dinheiro vivo. “Eu tenho dois cartões do banco, e tenho dinheiro nas contas, mas nenhum caixa automático aceita os meus cartões.”
- Como é que vou explicar para a minha namorada que não tenho nem com que pagar a passagem até Melitopol? – prossegue. Melitopol é uma cidade ucraniana, na área de Saporoshje, a menos de 250 quilômetros de Simferopol.
A independência da Crimeia em relação à Ucrânia – a população aqui não espera outro resultado do referendo – já acarreta problemas na circulação de bens. Súbito, os salários não são mais pagos através de bancos ucranianos, mas sim, exclusivamente, por instituições russas. Por isso, agora muitos precisam de novos cartões bancários.
“Radicais do oeste” em Kiev
- Porcaria de referendo – xinga o taxista Vitali. “Quem vai contar os votos, quem vai fiscalizar tudo? Como é que se vai conseguir organizar essa votação no espaço de uma semana? Isso, ninguém quer saber!” O resultado, opina, já foi fixado há muito pelo presidente russo, Vladimir Putin. Muitos em Simferopol estão convencidos disso.
Vitali é russo. Para ele, tanto faz que a Crimeia seja russa ou ucraniana. Porém ele se sente atropelado por Moscou e Kiev. Como só assiste à TV russa, acredita que radicais do oeste da Ucrânia assumiram o poder em Kiev. “Eles querem aterrorizar a Crimeia com caminhões cheios de explosivos. É o que dizem, na televisão. Então, deve ser verdade.” E isso lhe dá medo.
O motorista de táxi não tem nenhum problema com a minoria tártara na península. “É uma mentira deslavada dizerem que russos e tártaros não se entendem. Meu vizinho é tártaro. Quando ele sai para uma festa, deixa as crianças comigo. Quando eu quero me esbaldar, é ele que fica tomando conta dos meus filhos.”
Lembranças do stalinismo
A convivência de russos e tártaros na Crimeia parece funcionar bem, entre vizinhos. Mas a iminente anexação da península à Rússia preocupa profundamente a etnia minoritária.
Refat Tchubarov, presidente da Medjlis, associação política dos tártaros da Crimeia, convocou a um boicote ao referendo. Como a maioria de seu povo, ele teme a anexação: ainda estão vivas as lembranças das deportações durante o regime soviético sob Josef Stalin.
Quanto aos de etnia russa na Crimeia, tudo leva a crer que preferem dirigir o olhar para o futuro. Suas principais preocupações, no momento, são: se livrar das últimas grivnas e conseguir novos cartões do banco.

domingo, 9 de março de 2014

Entenda por que a Crimeia quer e deve ser russa Darko Vojinovic: Pro-Russian demonstrators march with a huge Russian flag during a protest in front of a local government building in Simferopol, Crimea, Ukraine, Thursday, Feb. 27, 2014. Ukraine's acting interior minister says Interior Ministry troops and police have bee
Compreender o que se passa na Crimeia pela mídia brasileira, pautada por agências de notícias ocidentais, é praticamente impossível; nesta semana, por exemplo, enquanto Época fala do "risco Putin", Veja pergunta "até onde ele é capaz de ir"; no entanto, a realidade da região, onde 97% das pessoas falam russo e sondagens iniciais revelam que mais de 60% são favoráveis à anexação à Rússia, é bem diferente; além disso, região é autônoma e desejo da população deve prevalecer no plebiscito marcado para o próximo domingo; vídeo

9 de Março de 2014 às 11:14

EUA movem tropas e caças. Rússia não cede. Guerra? :
Barack Obama faz o que se esperava dele; com a Otan declarando apoio à Ucrânia, presidente americano desloca 12 jatos de guerra para a fronteira com a Polônia; com tropas russas dentro da Crimeia, Vladmir Putin prossegue cruzada diplomática pelo direito da região à autonomia; a levar a sério movimentação das tropas ocidentais, guerra entre as duas maiores potências militares do mundo estaria sendo armada; você acredita?

9 de Março de 2014 às 17:49